Fardo, por que caminha em passos lentos
Por que vive a me alimentar e destruir
Por que não me poupa a tortura em misericórdia
Me isola por vez, me envenena, me mata
Prefere me jogar aos lobos parte a parte
Prefere destruir-me minuto a minuto
Mas me deixa respirar para sufocar novamente
No minuto seguinte
Quem és, Fardo
Prefere soterar-me em solo amargo
Afundando-me mais e mais
Esperando-me sucumbir
Que a angústia supere a vontade
Me dá a faca, o motivo
Induz ao ato
Espera que o tempo lhes consuma em fato
Livrar-me de ti, Fardo
Obedecer-lhe-ei farto
Encerrar o lírico
Enterrar o eu
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