sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Delírio

Eu quero viver entre as pessoas loucas
Aonde a razão não é nada se não um mito
Ter na boca o doce sabor de ser insano
Ser chamado de doente, sábio, profano

Não fazer sentido com o que já foi dito
Pois pessoas assim são raras e poucas
Ser da vida eterno amante
Viver a cada e todo instante

Louco como louco
Louco se faz louco
Delírio doce insano
Arda em tom soprano

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Velha Métrica

Quantos que se foram
Vazios nulos vãos
Loucos débeis sãos
Quantos por vir hão

Nas revoluções
Do tempo em horas
Sob faces nações
Em mini agoras

Curvar em joelhos
Pedir-lhe conselhos
Ao velho hão
Dizer-te há de não

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Congelador

Quando criança
Saia na rua
Corria
Brincava
E aquilo era felicidade para mim

Já crescido
Mais velho
Menos disposto
Mais acomodado

Ainda saio
Mas não é brincadeira
É trabalho

A felicidade
Bem que antes aparecia nas tardes de domingo
Quando reunia os amigos em festa
Em comemoração
Em lembrança
Em um simples encontro

Hoje não mais

Certa noite
Vi contentado
Tal bem a venda
Nas cores deste quadro de imagens
Lá estava
Fe.li.ci.da.de
Escrito
Dito
Repronunciado

Atentado
Seduzido
Disquei o número que piscava na tela
Paguei o valor requisitado
Esperei o primeiro dia
Passou-se o segundo
E metade do terceiro

Recebi o prometido

Dentro da caixa

Um congelador...

Sintaxofagia

Vês este poema que lês
Não vale nada

Pois não se tem rima
Se recusa à métrica
Em agrupamentos desregrados

Que se chamam versos
Se unem estes

Sendo então estrofes

Sem regras
Sem ordem e nem lógica

Sim
Plesmente
Quebra-se e s
Ubdivide-se

pAlavras vira
M na da

se nEm o mAÍusculo
se res pei ta
jÁ na õ e´mai s a pr
imeira lEtra

o ac cento perrd e
-se na pava lavra

ltera s e r raads
inesx is etn tse

d tã an to c fas kri at vo
q o cn t do nan o ma s
c n ten d

três Véus

Vida, vento, relento
Sonho que esperou na vida
Vida que viveu num sonho
Vida que não se viveu

Ao vento suspiros
Ao relento murmúrios
À vida um amanhã

Se sonhar não custa
O compasso é frio
Dos dias, vil

O orvalho úmido
Como olhos fúteis
Esperança, mudança

Se lhe contam histórias
Futuro em glória
Passado em memória

Ao antes não retorna
Ao depois só se espera
Ao agora só se adia

Se lhe tarda os dias
Se o amanhã te anseia

Viver tua vida em sonhos
E nos sonhos esquecer-se da vida