quarta-feira, 15 de junho de 2011

The Two Realities


            The first thing to understand the difference between the two realities — the psychological one and the physical-material one — is the steps that mind takes in order to interpret reality. We should take the physical world as the first influence that subjects itself to acquire representation in order to be interpreted, as soon, we have figured out the three steps, physical reality, representation and interpretation. To delve our understanding we should skip the second step by now and assume that mind interprets the physical reality based on its own parameters. The way we physically describe a situation based on movements, forces interactions and Cartesian locations is far from the psychical version of the very scene. For that we ca come to memory as the first source of data. The remembering of a fact — except by some rare photographic memory cases — is based on our particular impressions about a former physical fact what opens us to tell thousands of versions of the same scene told by different view points, mainly, different interpretations of the same. The capability of mind to re-interpret and so recreate the fact comes from the simplest to the most complex situations. As example, we could take the action of a hand waving good-bye, that sharply could be described by the hand movement and the forces interactions involved, that without cultural charges and certain interpretation capability of the mind we wouldn’t be able to take a meaning out of that. The meaning that we take as the fact do not describe precisely the movement as itself nor the environment it went on, but, anyway, this interpretation or impression of a “good-bye sign” is what mind takes as the action itself and even what memory takes as main to keep.
            The difference between the physical and the mental world is deeply set in most — “normal” — people even if it is only clearly noticed in some extreme-pathological situations. The disease we take as schizophrenia is where the mind-researches most perceive how the interaction between the being and the external world is distorted by the mind own interpretation. Once something that is not physically real turns to be mind real we come with the question if that is supposed to be treated as so. A classic situation that happens constantly among the yond children is when they turn to think that a monster is living in its wardrobe. The monster is not physically there and when the father opens the wardrobe and checks “Look, there’s nothing in there but clothes” we got wrongly to figure the supposed creature as unreal and probably a childish fear. So, we miss the fact. The adult that is said to be grown cannot distinguish that his view and the child’s view are in conflict between two different realities — the physical and the psychical realities, or we should call the conflict between two psychological realities. If for the child, even not physically real, the monster is there and interacts and, by some way, interacts with it how could we call it unreal once we take as the existing condition for anything the capability to interact with and affect reality? The monster affects the children and changes its own psychological reality, so we can’t assume this mental being as fairly unreal at all.
            The way we sense and remember the physical world should be clearly different if we could interpret the physical reality directly, but we have to pass by the second step —at first skipped — we will call representation. The “good-bye sign” we talked about earlier is not affect due to simple interpretation but it is first distorted by its representation, which is neither up to the action nor the conscientious mind to elaborate. Another case we should take to delve, let’s suppose that someone is in a deep need to urinate and a barely-closed faucet is dripping water. At first step — physical scene — we describe the fact sharply as it is — a dripping faucet — but that is not how it comes to our conscientious mind to interpret. Before the fact comes to us it passes through our subconscious mind that relates the dripping water to our deep need to urinate and the fact doesn’t come to us as itself but associated with our deep need to urinate and representing to us this need before the fact itself. The facts don’t come to us only affected by our interpretations but also distorted by our feelings, emotions, drives and particular relations with the situation itself — these last filters are not up to our conscientious mind to apply but already come to us applied by our subconscious mind. This involuntary distortion is present in everyone’s interpretation in different degrees, what defines the schizophrenic condition is an extreme take-over of the representation over the conscientious mind. By extension, we could say that everyone is up to some schizophrenia even if not considered so. Even, what we call a more logical or scientific view of the world is the reduction of the subconscious filter — representation — close to its unperceptivity but never its disappearance. The question that comes to us at last is that: if we consider the excess of the subconscious filter a disease classified as schizophrenia, shouldn’t the sheer existence of the same also be pathology?
            It can sound weird to logic that the excess of itself can be as its lack a disease to be considered.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Anônimo

Nasce em idéias
Vive em imagens
Desfaz em palavras

Busca

A chama que queima ali
Sob o olho que nos observa
Há de envergonhar Lampião
João Cândido e Zumbi

O fato lhe é oposto
A verdade se faz a gosto
A coroa do sol
Aprisionada em cruz

Encarceramento sutil
Executado em tom vil

Enquanto se contempla a luz
Da terra a longe lhe seduz
Entende que o brilho de cima provém
Mas reflete ao solo e neste convém
Se a fonte apenas há de buscar
Há de o nada descobrir
Essência imanifesta
Luz que não tem onde para existir





Liberty


The fact lies what it means
The opposite of what it seems
The state and scene shall be reversed
Bliss for the fools who are immersed

Nós, aliens

Em overdose de suma
Hei de soterrar o ego
Engolir a ética
Sucumbir à estética

Ser sujeito ao uso
Viver em recuso
Ignorar o fato
Inconsciente ato

Chama-me alien
Chama-me louco
Sem poder sair
Respirar um pouco

Nós, aliens
Seremos sempre originais e únicos
Mas estamos condenados
A perecer sós

Epitáfio de Um suicida

Fardo, por que caminha em passos lentos
Por que vive a me alimentar e destruir
Por que não me poupa a tortura em misericórdia
Me isola por vez, me envenena, me mata
Prefere me jogar aos lobos parte a parte
Prefere destruir-me minuto a minuto
Mas me deixa respirar para sufocar novamente
No minuto seguinte

Quem és, Fardo
Prefere soterar-me em solo amargo
Afundando-me mais e mais
Esperando-me sucumbir
Que a angústia supere a vontade
Me dá a faca, o motivo
Induz ao ato
Espera que o tempo lhes consuma em fato

Livrar-me de ti, Fardo
Obedecer-lhe-ei farto
Encerrar o lírico
Enterrar o eu

Paraíso

A escola me ensinou ser incapaz
O trabalho me reduziu a nada
O céu me mostrou o infinito

Medo

Isso não é um poema
É um resíduo metabólico
De uma palavra engasgada
De uma frase não proferida

É a vontade de dizer
Seguida pela mudez
Engolhida na boca
Dilacerando a mente
Consumindo o ego

É o medo que me representa
É o contentamento em ser nimguém
É o silêncio que me oprime
É o sonho que se desfaz

Exôdo Interior

Sou um homem demente
Que ao deleite da vida se entregou
E ao ver as terras decadentes
Aos sonhos nunca mais voltou

Sou um homem sem alma
Que a grandeza da alma exaltou
E ao ver-se cabisbaixo displicente
A mente a sóbria libertou

Sou um homem mal
Que se recusou a guerra
E fez da paz sua aliada profeta
De seu coração casa e sentimentos harmonia

Sou um homem raro
Que entre muitos habitou
E se não por este sinal ralo
Que paradigma quebrou

Ainda seria o mesmo homem
Que lhe era com os muitos
Que perseguia como os muitos
Um sonho que nenhum alcançou

Se hoje me olham e criticam
Ou pensam e exitam
Não hei de preocupar
Pois o sol veio confortar

Retrato

Sob moldura imagem
Na parede a pender
Mas se desfazem a margem
Para insano parecer

Antes o que era foto
Rosto vivo colocou
Antes o que era roto
De imagem se pintou

Da luz fez-se a loucura
Da gratidão a ternura
Atropelou-se em passos largos
Desmontou-se em ossos fardos

Medo

Isso não é um poema
É um resíduo metabólico
De uma palavra engasgada
De uma frase não proferida

É a vontade de dizer
Seguida pela mudez
Engolhida na boca
Dilacerando a mente
Consumindo o ego

É o medo que me representa
É o contentamento em ser nimguém
É o silêncio que me oprime
É o sonho que se desfaz

quarta-feira, 2 de março de 2011

Manifesto Residual

Se estes riscos são
Por Bic ou Montblanc hão
Diferir-se há de não
Caligrafia a mesma ter
Mesma pontuação embeber
A leitura igual de ser

Sobre o tecido chapiscos
Simbolo que se paga caro para ter
Propaganda que se pagou para fazer
O tecido o mesmo se é
Se é o nada, jacaré, gavião
Só se vende imagens
A um povo que gosta de ilusão

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Delírio

Eu quero viver entre as pessoas loucas
Aonde a razão não é nada se não um mito
Ter na boca o doce sabor de ser insano
Ser chamado de doente, sábio, profano

Não fazer sentido com o que já foi dito
Pois pessoas assim são raras e poucas
Ser da vida eterno amante
Viver a cada e todo instante

Louco como louco
Louco se faz louco
Delírio doce insano
Arda em tom soprano

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Velha Métrica

Quantos que se foram
Vazios nulos vãos
Loucos débeis sãos
Quantos por vir hão

Nas revoluções
Do tempo em horas
Sob faces nações
Em mini agoras

Curvar em joelhos
Pedir-lhe conselhos
Ao velho hão
Dizer-te há de não

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Congelador

Quando criança
Saia na rua
Corria
Brincava
E aquilo era felicidade para mim

Já crescido
Mais velho
Menos disposto
Mais acomodado

Ainda saio
Mas não é brincadeira
É trabalho

A felicidade
Bem que antes aparecia nas tardes de domingo
Quando reunia os amigos em festa
Em comemoração
Em lembrança
Em um simples encontro

Hoje não mais

Certa noite
Vi contentado
Tal bem a venda
Nas cores deste quadro de imagens
Lá estava
Fe.li.ci.da.de
Escrito
Dito
Repronunciado

Atentado
Seduzido
Disquei o número que piscava na tela
Paguei o valor requisitado
Esperei o primeiro dia
Passou-se o segundo
E metade do terceiro

Recebi o prometido

Dentro da caixa

Um congelador...

Sintaxofagia

Vês este poema que lês
Não vale nada

Pois não se tem rima
Se recusa à métrica
Em agrupamentos desregrados

Que se chamam versos
Se unem estes

Sendo então estrofes

Sem regras
Sem ordem e nem lógica

Sim
Plesmente
Quebra-se e s
Ubdivide-se

pAlavras vira
M na da

se nEm o mAÍusculo
se res pei ta
jÁ na õ e´mai s a pr
imeira lEtra

o ac cento perrd e
-se na pava lavra

ltera s e r raads
inesx is etn tse

d tã an to c fas kri at vo
q o cn t do nan o ma s
c n ten d

três Véus

Vida, vento, relento
Sonho que esperou na vida
Vida que viveu num sonho
Vida que não se viveu

Ao vento suspiros
Ao relento murmúrios
À vida um amanhã

Se sonhar não custa
O compasso é frio
Dos dias, vil

O orvalho úmido
Como olhos fúteis
Esperança, mudança

Se lhe contam histórias
Futuro em glória
Passado em memória

Ao antes não retorna
Ao depois só se espera
Ao agora só se adia

Se lhe tarda os dias
Se o amanhã te anseia

Viver tua vida em sonhos
E nos sonhos esquecer-se da vida

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

"O Trabalho Liberta"

Perseguistes o nada
Agora encontras o vazio
Com o frio te enterras
Neste solo descanças

Toma esta flor de consolo
Esta flor murcha
Sem vivacidade e nem tristeza
Será tua única alegria
Neste escuro que te espera
Último algo que lhe resta

O trabalho liberta
Libertou-te da vida
E de teus sonhos

O futuro prospera
Mas para ti
Agora
Encerras

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ser-te Mais por Ver-te

Torna-te aquilo que abomina
E veja-te naquilo que é
Tão vítima quanto o abominado

Como que se por duas
Palavras não se entende
Por uma terceira se faz entender

Assim como água também é vinho
Do pecado também a virtude
Da pureza por pura loucura